O que vemos e vivemos atualmente nas relações é a fragilidade dos laços. Consequência do imediatismo que consome, que acelera as ações sem que estas se consolidem reais. O que acontece, então? Rapidamente se cansa, se enjoa e se substitui.

Existe a falsa ilusão de uma liberdade, de uma conquista de experiências, mas estas se fazem de forma superficial.
Relações de contato explosivas, temporais e não atemporais. O que parece é que já nascem com data pré-determinada para acabar. Claro, o futuro de qualquer relação é incerto já que essa é construída por seres diferentes que se permitem partilhar vivências, mas nas relações mais sólidas essa incerteza não data a hora, dia, tempo.
Nos deparamos com pessoas inquietas, sensíveis à frustração, querendo ganhar o mundo, mas sem saber como. Não se apegam, não se constrói vínculos e sofrem de uma angustia tardia sem nome.
Por mais que se fuja, hora ou outra, o desejo de se ter alguém para compartilhar momentos intensos e verdadeiros, dormir de conchinha todos os sábados, não somente sextas esporádicas,  bate à porta. Mesmo que leve um tempo para se reconhecer esse sentimento. Somos seres buscando completude, já que somos faltantes, não tem como fugir disso, tem como tardar, ou "enganar" o tempo. Porém, não precisamos completar e sim acrescentar ao outro.
Mas independente de qual seja sua escolha do momento, seja feliz com ela, sem culpa e sem punição, mas assumindo seus posicionamentos.



Texto: Seliane Ventura - Psicóloga Clínica e Organizacional


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